O Transtorno de Processamento Sensorial atinge entre 5% e 16% da população em geral.
Nas últimas semanas nós ouvimos muito sobre Transtorno de Processamento Sensorial após o filho de um casal famoso ser diagnosticado com TPS, mas afinal, você sabe o que é esse transtorno?
O TPS é uma condição neurofisiológica que afeta a maneira que uma pessoa processa e responde as informações vindas dos receptores sensoriais, esses estímulos incluem audição, tato, paladar, visão ou olfato. Dessa forma, os avisos que chegam ao cérebro são interpretados incorretamente, resultando em casos de hiperresponsividade e hiporresponsividade.
Quando ocorre a hiperresponsividade, as informações são interpretadas pelo cérebro de forma exagerada.
Na hiperresponsividade a resposta aos estímulos sensoriais é mais intensa do que nas outras crianças da mesma idade, nesses casos normalmente, a luz pode ser muito forte, o som muito alto, um odor muito ardente ou a sensação tátil muito profunda.
O cérebro de uma criança com hiperresponsividade recebe esses impulsos como uma ameaça, por isso, a criança pode ter reações de luta, fuga ou congelamento.
A hiporresponsividade acontece quando estímulos importantes não são percebidos e por isso, não geram a reação esperada.
Dentro da hiporresponsividade podemos encontrar crianças buscadoras, que são as que têm uma grande necessidade de sentir os estímulos sensoriais e crianças em que a hiporresponsividade predomina.
A criança buscadora precisa de muito esforço para sentir o estímulo, então é comum que ela seja mais agitada, faça muita bagunça, tenha pouca resposta à dor e cheire tudo o que encontra. Enquanto a criança com a hiporresponsividade predominante, apresenta um comportamento mais apático, ausente ou lento devido a falta de reação aos estímulos.
Os sintomas do Transtorno de Processamento Sensorial são diferentes para pessoas que possuem maior ou pouca sensibilidade.
Para pessoas com hiperresponsividade, existem características comuns que podem se unir a dificuldades motoras, sendo elas: medo de brincadeiras em balanço, incômodo com a claridade, ânsia de vômito para comidas com texturas diferentes, dificuldade de andar descalço em local com areia e muitas outras.
Nas pessoas com hiporresponsividade, os sintomas comuns são: problemas para dormir, preferência por grandes ruídos e sons altos, estímulos mais intensos como pular e girar, inquietação e outros.
“Ele ouve mais que nós todos, sente mais tato que nós todos, sente mais o cheiro do que todos”, esse foi o relato da apresentadora Giovanna Ewbank sobre o filho Bless de 8 anos durante o seu podcast “Quem Pod, Pod.”
Ela relatou que antes do diagnóstico sua desconfiança era de que ele pudesse “ter algum nível de autismo”. Por muitas vezes essa síndrome foi associada ao autismo, porém foi descoberto que é um distúrbio distinto que pode ou não acometer pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Após descobrir o diagnóstico, a atriz conta que se sentiu culpada por não compreender os incômodos da criança. Atitudes como não se sentir confortável em pisar na grama, se incomodar com o barulho das moscas e se queixar do cheiro da cebola na cozinha inicialmente fizeram Giovanna acreditar que se tratava de uma “frescura”.
O Transtorno de Processamento Sensorial pode interferir diretamente no convívio social de uma criança.
Crianças com esse transtorno podem apresentar uma série de doenças emocionais como depressão, bullying, isolamento e ansiedade, algumas podem desenvolver dificuldades de se relacionar com outras pessoas ou de se encaixarem em um grupo.
É muito comum que quando não diagnosticado, esse transtorno seja visto como “birra” da criança. O tratamento é feito com sessões de terapia ocupacional e costuma apresentar um resultado bastante positivo em pacientes diagnosticados, pois ela auxilia nas conexões e na integração social por meio de brincadeiras e atividades. Dependendo do diagnóstico, a terapia comportamental pode auxiliar nos casos de depressão e isolamento.
Sendo assim, é importante estar atento e buscar ajuda médica devido aos atrasos no desenvolvimento e aprendizagem que crianças com Transtorno de Processamento Sensorial podem apresentar.
Quando associamos isso ao Design sensorial observamos o quão importante é estar atento a inclusão, pois cada pessoa terá uma percepção diferente dos sentidos, umas com maior sensibilidade e outras com menor.
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Texto: Beatriz Júnia
Foto da capa: Freepick
Design: Romis Carmo
Fonte:https://radiojornal.ne10.uol.com.br/webstory/2023/01/15167152-o-que-e-transtorno-sensorial-conheca-5-sintomas-da-sindrome-sensorial-diagnostico-do-filho-de-giovanna-ewbank.html